Há um ou dois anos participei de um workshop delicioso com o também delicioso, com todo o respeito, Lama Mingyur Rimpoche. Um monge tibetano jovem, alegre, competente, que ficou de sexta a domingo ensinando a mesma coisa de muitas formas diferentes: o objetivo da meditação é ampliar a consciência.
Todos a têm, como um sexto sentido, mas nem todos a desenvolvem. É um estado de prestar atenção sempre, mas de uma forma relaxada, fluente, exatamente como quem está na cozinha preparando uma refeição no capricho.
Organiza-se o cardápio, arrumam-se os ingredientes, as panelas, os utensílios. Lavar, cortar, temperar, controlar o fogo, o tempo. Perceber o ponto das coisas pelo cheiro, pela cor, pela aparência. Desligar um segundo antes do alarme tocar. Ver que tudo saiu bem, a comida está quente e cheirosa, agora só falta comer.
Comer também pode ser com consciência. A degustação calma e dedicada é que leva perceber sutilezas no sabor, na textura, na consistência. A mastigação muitas vezes repetida vai extraindo do alimento o que ele tem de melhor. Quanto mais tempo permanecer na boca, mais será saboreado.
Meditar na cozinha tem assim a dupla função de acalmar a mente e nutrir o corpo, aumentando a interação do mais humano com o mais terrestre.
Dia 15 de junho, sábado, a partir das 17h, estarei falando sobre isso no Centro de Cultura Oriental ShàoShèng, Rua Jaguaribe 766, Vila Buarque, São Paulo.
Inscrições gratuitas pelo telefone (11) 3596-4750 ou whatsapp (11) 9.7046-2116, email contato@shaosheng.com.br

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