Sol no céu, comida na panela e pés no chão: Ana Claudia, Mary e Teresa desenvolveram o que há de melhor em matéria de bom, bonito e barato. Tem sol? Pois vamos cozinhar com ele.
Qualquer um faz, basta ter caixas de papelão, papel de alumínio, fita adesiva, tesoura – parece brincadeira de criança, e é brincando e rindo que elas foram desenvolvendo o projeto do fogão solar, criando receitas, ensinando o pessoal dos acampamentos, das roças, da cidade ensolarada. Doces, salgados, secos e molhados: para tudo ele serve. Do cozido à feijoada, do peixe com ervas à moqueca de ostra. Sopa de frutas. Pé-de-moleque. É ver para crer.
Se preparar comida já é um movimento mágico, transformador, cozinhar usando simplesmente a luz do sol é mais mágico ainda. Esse fogão marca território na contramão de tudo quanto é mais valorizado pela sociedade de consumo, com sua tecnologia de aço inox e microchips. É o simples e fácil em ação. Não está nada distante dos primeiros processos de cozimento que permitiram ao ser humano aproveitar os grãos duros e as raízes secas. Até então, o sólido se comia e o líquido se bebia. Foi o calor que juntou os dois para obter uma terceira coisa mais apetitosa. E que prazer nos dá um comida quente!
O calor do sol cozinha mais devagar. As moléculas dos alimentos se mexem menos do que nas altas temperaturas. Os nutrientes ficam mais preservados. Não é preciso ficar mexendo, e tem o seguinte: a comida não queima.
As receitas, testadas e aprovadas, são de dar água na boca. O sotaque nordestino aparece no uso dos temperos e do indispensável leite de coco, refletindo a cultura tradicional de Sergipe, onde se come muito bem.
Não acreditem no que eu estou dizendo. Leiam o livro, experimentem, façam seu fogãozinho. Trata-se sim de economizar lenha, gás e eletricidade. Mas trata-se também de algo mais sutil – de nos reconectarmos às raízes da civilização em pleno século 21, com ótimos resultados. Isso dá prazer e felicidade. E o sol, afinal, é de todos.
Informações pelo email cozinharcomsol@vital.srv.br .
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