Vamos recorrer ao pensamento clássico da antiga China para refletir sobre coisas simples que vemos todo dia sem prestar atenção – o trajeto do sol, as estações do ano, as emoções ligadas a cores, sabores, órgãos, sistemas, os cheiros – e assim chegar à estrutura filosófica que sustenta a acupuntura, a dietética, o tai chi chuan, o chi kun e outras artes orientais de viver e de curar.

Esse pensamento já se expressava graficamente numa linguagem binária, a linha inteira e a linha partida, há cinco mil anos. Os oito trigramas, conjuntos de três linhas inteiras e partidas em todas as combinações possíveis, resumem todos os fenômenos do Universo. Os sessenta e quatro hexagramas que formam o I Ching, construídos pela combinação dos oito trigramas entre si, têm resposta para qualquer pergunta porque abrangem o conjunto de realidades.

Ainda há uma linguagem numérica que organiza o mundo em nove setores numerados, e nos põe dentro deles. Ali nos redescobrimos. Seguindo o caminho dos números, entramos suavemente nessa filosofia prática que classifica tudo o que existe, nós também, em cinco modos, representados por cinco elementos: Água, Madeira, Fogo, Terra, Metal.

Os nove números funcionam como emblemas dos nove setores do mundo.

A data de nascimento da pessoa permite saber o setor em que ela nasceu, e esse é o número da sua personalidade, do ser exterior que caracteriza sua vida adulta. Esse número carrega consigo sua família de atributos, características físicas e psíquicas, tendências. Explorar esse número é um exercício de autoconhecimento e de harmonização de parcerias, grupos e famílias. Também é eficiente para reter as informações, já que a pessoa agora se identifica, ou não, com um número, um elemento, uma estação do ano, uma hora do dia, um sabor e outros detalhes que delineiam a personalidade. Aí começará a identificar o número de outras pessoas, percebendo outras características, e ganhará conhecimento.

Esta aula envolve dividir os alunos em 9 grupos, segundo seus números, que durante 20 minutos trocarão ideias sobre suas personalidades.

Cozinhar sempre, nunca cozinhar muito. Este é o primeiro princípio da cozinha chinesa. Cozinhar transforma o frio do alimento no calor que faz bem ao corpo, permite ao estômago digerir melhor e acelera a absorção de nutrientes. Também higieniza as hortaliças. E não se cozinha muito, de modo que as enzimas e vitaminas são preservadas no interior do alimento.

Mas o que estamos cozinhando? Vamos observar os alimentos e classificá-los, para depois escolher um de cada tipo, tamanho, cor. Reconhecer e harmonizar os sabores. Analisar a natureza dos alimentos e de que forma eles movimentam a energia quando entram no corpo. Entender a diferença energética entre raízes e tubérculos, cereais e feijões, sementes e folhas.

A harmonia do mundo depende da retificação dos nomes, disse Confúcio. E a harmonia da pessoa depende da combinação dos cinco sabores. Objetivos e subjetivos. Vamos explorar isso